Etinografia

Olhe suas preferências;

Ser tendencioso é a maior

das tendências.

(Derywendell 😀 )

Partindo do conhecimento superficial que pudemos  adquirir sobre o que “Pensar Antropologicamente” e sobre a questão da etnografia, pensamos  em falar sobre isso levando em conta algumas experiências que tivemos ao longo das nossas vidas. É sabido de todos que as pessoas tendem a se agrupar, seja por motivos econômicos, religiosos, por afinidade, etc.

E na fase da escola, isso não é diferente; sentimos a necessidade de pertencer a um determinado grupo, seja o dos nerds, o da bagunça, o grupinho das meninas, o dos “caras”, o grupinho que curte um estilo X de música, e outro que curte Y. E essa necessidade de se adaptar faz com que às vezes tenhamos que abrir mão de algumas coisas e passar a agir de forma diversa, sem que isso seja um real desejo, mas sim uma forma de “legitimidade” no grupo o qual agora pertencemos. O fato é que ao nos pertencermos a um grupo específico, delegamos a ele a capacidade de nos representar, e passamos a ser também, alguém que o representa. A exemplo disso podemos citar as discussões sobre estilos musicais, quando, quem curte, por exemplo, rock, diz ser este estilo, o melhor, em detrimento, geralmente(ao menos aqui na Bahia) ao Axé. E não deixando também de haver a postura semelhante, em grande parte do casos, de quem curte o Axe, proclamando ser este muito melhor que aquele. E a pergunta que fica é a seguinte: qual o critério que se utiliza para valorar um ou outro?

O critério, que parece ser difícil ser percebido, pois está enraizado em cada um, é pessoal, havendo sempre, uma hierarquização entre o que é nosso e o que pertence ao outro, e na grande maioria das vezes, o que vemos como nosso fica no topo dessa tal hierarquia; vemos como superior, como melhor, etc, e o diferente é o “ruim”, “bizarro”, “estranho”, é sempre rebaixado, e isso é motivado pela incapacidade de vermos que o que internalizamos é fruto de um traço cultural, utilizado como ponto de referência para as nossas análises, sem perceber que o outro acaba por partir de um ponto diferente.  A título de exemplos mais amplos, podemos citar a chegada dos Europeus à América. Estes, por terem uma influência da igreja católica, sentiam a necessidade de saber se os “Ìndios” possuíam alma, enquanto estes nem davam tanta a importância ao conceito de alma trazido pelo Europeu, como pode ser visto nesta anedota:”Nas Grandes Antilhas, alguns anos após a descoberta da América, enquanto os espanhóis enviavam comissões de investigação para indagar se os indígenas possuíam ou não alma, estes últimos dedicavam-se a afogar os brancos feitos prisioneiros para verificarem, através de uma vigilância prolongada, se o cadáver daqueles estava ou não sujeito à putrefação.” (Claudio Levis Strauss)

Esse choque cultural promove conflitos entre os envolvidos, passando a ter preponderância, aquele que pode impor a sua ideia, a sua cultura, o jeito de ser, ao outro, atráves, em muitos casos, da força. Outro exemplo que pode ser citado é o da “Superioridade da raça Ariana”, tendo o Adolf Hitler sido enfluenciado pelas ideias racistas do Gabineu, este dizia ser as conquistas dos povos Europeus fruto da “pureza” da Raça Branca. Adolf Hitler retomou este conceito proposto por Gobineu para justificar sua política de extermínio dos Judeus e povos não-arianos. E Certa vez um repórter Brasileiro indagou a uma ministra do Iêmen sobre o machismo no país dela, onde a mulher tem que ser submissa ao homem, não possuindo as “conquistas” que as mulheres do ocidente conseguiram; ela, ao ser perguntada, devolveu com outra pergunta, dizendo:”quantos anos tem o seu país?” e o repórter respondeu que era 500 anos, ela retrucou dizendo: “Pois a cultura do meu país é milenar.” e fica a pergunta; até que ponto temos o direito de querer intervir naquilo que nos parece estranho e errado, e até que ponto aceitaríamos que o outro nos criticasse  e quisesse nos fazer mudar o modo como vemos as coisas?

Infere-se que o sentimento de Etnografia ocorre primeiramente no âmbito das relaçoes interpessoais, dentres os diversos grupos que vivem numa mesma sociedade, bem como existindo também nas relaçoes entre as culturas de países diferentes, que possuem culturas e características diferentes.

Grupo: Hernani Lopes de Sá. Cristiano Almeida. Edelvan Vieira. Robervan Souza. Derywendell Fernandes. Rodrigo Flores. Dalton Teixeira.

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