Futebol e “Jeitinho”: A identidade do Povo Brasileiro

O povo brasileiro de modo geral, é caracteristicamente definido pela sua alegria e jeito “malandro” de levar a vida, que de certa forma pode ser explicitamente notado individualmente no cotidiano. Para isso basta observarmos as dificuldades e problemas em que o brasileiro enfrenta a cada dia, e mesmo assim sempre dá um jeito, não se deixando abater, tocando a vida como se nela só houvesse conquistas e coisas a comemorar.
Partindo dessa premissa e de todo o conhecimento a respeito do brasileiro, é possível determinar o futebol como a grande identidade deste povo. Sendo uma entidade incorporada pela grande maioria como objeto de paixão nacional, e mesmo que de forma temporária faz-nos esquecer dos problemas mundo a fora e nos reunir diante de bandeiras próprias.
No entanto, o ponto a que queremos chegar encontra-se na relação existente entre o futebol e o instituto do jeitinho, ambos extremamente vistos como identificadores do povo brasileiro, e os quais buscaremos relacionar.
O jeitinho vem a ser uma forma especial de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida, através de uma solução criativa para alguma emergência, seja sob forma de burla a alguma regra ou norma preestabelecida, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade, segundo as palavras de Livia Barbosa, em seu livro “O jeitinho brasileiro”.
Podemos, no âmbito do futebol, distinguir o famoso “jeitinho” da tão falada corrupção: Uma situação recorrente, principalmente na reta final de campeonatos, é o uso das chamadas malas brancas e pretas. Estas simbolizam bem a distinção entre esses dois “institutos” brasileiros. A primeira define-se como um incentivo pra que os times já sem perspectivas de título que estarão em confronto direto com equipes que disputam diretamente pela taça, joguem com maior empenho. A outra pode ser conceituada como um “estimulo” à derrota, um pagamento por parte dos times que brigam pelo título para os que nada lutam, a fim de que estes percam propositalmente em beneficio do financiador.
Por que estas duas práticas podem explicar o jeitinho e corrupção? A mala branca, por mais criticada que seja, trata-se apenas de um estimulo para que os times sem propósitos joguem como se ainda estivessem disputando algo no torneio. Incentiva nada mais, nada menos que a vitória, algo que é o objetivo de todo e qualquer esportista. Sendo assim, esta é apenas uma forma criativa (e sagaz) para se beneficiar em alguma situação, ou seja, um “jeitinho” dado pelos times brasileiros.
Já a segunda interfere diretamente neste princípio básico do esporte: a busca incessante pela vitória. Essa prática compra a derrota, subvertendo a ordem natural do esporte. Trata-se assim de uma espécie de corrupção, pois a mesma inverte a conduta considerada moral do esporte, e assim como toda corrupção inverte o que determinada sociedade considera ética.
Outros exemplos de “jeitinho brasileiro” no mundo do futebol são a catimba e a simulação. Esta é uma prática em que se visa, por parte do jogador, macular a imagem a que o juiz irá interpretar, como num caso de um pênalti. Determinado jogador, inventa, cria uma situação de falta onde a mesma não ocorreu. A outra é usada para que um time segure o resultado a fim de conquistar o desejado ou busca que a equipe adversária perca sua racionalidade e opte pelo uso da violência. Vale ressaltar que tal prática é majoritariamente utilizada pelo futebol argentino, tendo o nosso futebol aderido a tal prática durante vários anos de confronto direto.
Portanto, o tal “jeitinho” é algo intrínseco à cultura brasileira. São condutas que enraizaram-se em todos os âmbitos do modus vivendi brasileiro, não obstante alcançou o que talvez seja nossa maior paixão nacional: o futebol ( disputando arduamente com o instituto do bumbum).

Felipe Martins Farias
João Gabriel Barreto
João Paullo Falcão
Rafael Luz
Tailan Ribeiro
William Santos

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